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  • Foto do escritorAna Luiza de Figueiredo Souza

Afeto e afinco

Essas eleições têm sido bem difíceis para mim. Qualquer um capaz de perceber o tanto que está em jogo sente algo parecido. Insônia. Revolta. Choro. Bagunça. Dores musculares. Apetite desregulado. Dificuldade para se concentrar em algo que não seja virar voto ou desmentir fake news.


É duro obter a resposta para aquilo que tanto me intrigava ao ler os livros de História, ainda no colégio: como as pessoas puderam aceitar alguém feito Hitler? O que deviam sentir ao ver o fascismo de Franco, Salazar e Mussolini se espalhando?


Hoje vivencio um povo movido a ódio. Aquilo que se tentava camuflar perdeu de vez a máscara. Sobrou cinismo, uma falsa cordialidade que, com sorrisinho, busca justificar o extermínio do que não é espelho dos que já são poderosos.


Entre postagens eleitorais e mutirões do vira voto, recebo pedidos do livro.


Este livro nascido de afinco e afeto. Resultado de pesquisa extensa. Feito para contribuir com o debate público, porque realmente acredito na Ciência como caminho para mudanças sociais.


E no contato com quem me pede um exemplar, na escrita das dedicatórias (cada qual com sua particularidade), no preparo dos embrulhos, reencontro o que me motiva a seguir em frente. Também reencontro serenidade, alegria, o sentimento de que o esforço teve motivo e recompensa. São dezenas de envios, mensagens calorosas, registros do kit, trocas potentes.


Agradeço por essa rede de carinho que ecoa a mensagem para além do dia 30: mais livros, menos armas.



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